O acompanhamento nutricional na gestação é de extrema importância, tendo em vista que a gravidez provoca modificações fisiológicas no organismo materno, que geram necessidade aumentada de nutrientes essenciais, o que pode levar a uma competição entre a mãe e o feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários ao adequado crescimento fetal.
No entanto, a crença de que a mãe deve comer por dois deve ser desestimulada, pois o sobrepeso na gestante pode acarretar sérios problemas. Estudos epidemiológicos apontam que o maior risco para complicações gestacionais está relacionado às mulheres obesas. Entre esses desfechos, estão diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, macrossomia, sofrimento fetal, trabalho de parto prolongado, parto cirúrgico, restrição de crescimento intrauterino e prematuridade.
É necessário, ainda, que sejam evitados longos períodos de jejum para uma melhor digestão e aproveitamento dos alimentos. Por isso, eles devem ser ingeridos a cada 3 horas, melhorando a sensação de fome, azia e mal estar. Deve-se comer devagar e mastigar bem os alimentos e evitar líquido junto com as refeições.
A constipação intestinal é um problema que frequentemente ocorre neste período, devido a restrições das atividades e a pressão do útero, que está aumentado. Porém, para a maioria das gestantes, o aumento do consumo de alimentos ricos em fibras como grãos integrais, frutas, verduras, legumes, frutas secas como ameixas, damascos e a ingestão hídrica maior, em torno de 2 litros por dia, tende a neutralizar a dificuldade de evacuar.
Dentre os nutrientes essenciais para uma gestação saudável, os principais são:
Ácido fólico: Na fase inicial da gravidez, o ácido fólico é importante para evitar defeitos no tubo neural que está em formação. Nesse período, faz-se necessária a suplementação via oral com comprimidos, inclusive até mesmo antes de engravidar, quando houver planejamento da gestação. As principais fontes de ácido fólico são os alimentos como vegetais verde-escuros, grãos integrais e feijão.
Ferro: Durante todo o período de gestação, o aumento do consumo de alimentos que contenham ferro é essencial para evitar anemia, já que durante essa fase o organismo necessita de uma maior quantidade desse mineral que produz hemácias e células vermelhas, além de transportar o oxigênio. Os alimentos fontes de ferro são carnes, gema de ovo, leguminosas (ervilha e feijão). Em alguns casos, a suplementação é necessária.
Cálcio: O cálcio é um nutriente muito importante, pois fortalece os ossos do feto, além de auxiliar na saúde da mãe. Quando esse mineral encontra-se em pequenas quantidades no sangue da mãe, o feto retira o cálcio das reservas da gestante, podendo levá-la a ter unhas fracas e queda de cabelos. Esse mineral também irá auxiliar na saúde mental da mulher, evitando a depressão pós-parto e o parto prematuro.
Zinco: Encontrado nas carnes magras, cereais integrais, pão integral e frutos do mar. É importante para a formação de tecidos ( placenta, bebê) e evita o aborto espontâneo.
Vitamina C: Encontrada nas frutas, em especial as cítricas (laranja, acerola, limão, abacaxi, goji berry) e vegetais frescos. Auxilia na absorção de ferro, prevenindo a anemia.
Vitamina A: Importante para a visão, pele e mucosas (revestimento interno do aparelho digestivo, respiratório e urinário). Protege contra infecções. Obtida nas frutas e legumes de coloração alaranjada (cenoura, abóbora, mamão, manga) e folhas verde-escuras.
Vale lembrar que durante o período gestacional a mulher, inevitavelmente, irá ganhar peso, no entanto, uma alimentação saudável, sem cometer excessos ou privações, reduzirá o risco de obesidade na gestante, entre outras complicações, além de garantir a saúde do bebê.